Retornando - 2017, o ano da Montanha

Boa noite pessoal,

depois de 5 anos sem escrever, retorno hoje as atividades por aqui.
Não é a toa que estou escrevendo de novo, há algum tempo eu estava com vontade de publicar algumas das aventuras mais hards, mas acabava sem muito empenho para isso. Porém, se um dia eu planejava voltar a escrever, este dia tem que ser agora, pois 2017 será, ou já está sendo, um ano de imersão total no mundo do montanhismo e estou com vários projetos pessoais e profissionais relacionados.


Antes de qualquer coisa, me apresento novamente, afinal, depois de 5 anos muita coisa mudou. Sou Veleda Astarte P. Müller, com 14 anos subi minhas primeiras montanhas e me apaixonei completamente pelo esporte após subir o Olimpo, na Serra do Marumbi. Desde então, nunca mais parei de caminhar e a montanha se tornou o cerne da minha vida. Este ano completo 9 anos de prática deste esporte e hoje conheço muito bem a Serra do Ibitiraquire e boa parte das outras serras que nos rodeiam, como a do Marumbi, Baitaca, Farinha Seca, Capivari e Quiriri. Esse ano me formei Geóloga e os rumos que dou para minha profissão tem muito a ver com o montanhismo, durante a faculdade e agora na pós-graduação, foco meus estudos em temas relacionados a formação de grandes cadeias de montanhas.
Tive a oportunidade de viver um ano na Espanha, pelo programa Ciência sem Fronteiras, que descobri ser um país muito montanhoso e com uma vida esportiva muito intensa. Lá tive tive uma experiência em alta montanha, e vários kms percorridos por cordilheiras como a Cantábrica, Pirineus, e Central. Além da Espanha, viajei pelos Alpes franceses, suíços, austríacos e alemães, e fiz parte do épico Tour du Mont Blanc, em Chamonix na França.

No Tour du Mont Blanc, Chamonix, França, 2015.

Sobre os projetos atuais, bem vamos lá:

No início do ano eu recebi um convite para integrar a diretoria da Federação Paranaense de Montanhismo, a FEPAM, no cargo de secretária, e não hesitei nenhum pouco. Há alguns anos eu já planejava me envolver mais no meio da montanha, participar dos projetos de voluntariado, fazer mais trilhas, maiores e mais difíceis, conhecer mais pessoas e poder contribuir com meu conhecimento científico sobre o tema. Nesse sentido, a federação caiu como uma luva, e já estamos aí ativos!
Participo da gestão 2017/2018, e ainda estou me adaptando a esse novo meio e encargos. Para quem não sabe, a FEPAM é o órgão máximo que regulamenta a prática do montanhismo, escalada e similares no Paraná, sempre com objetivo de incentivar o crescimento do esporte, preservar o meio natural e prevenir acidentes.
É uma grande honra participar da diretoria e espero contribuir bastante durante esses dois anos, e já fica o aviso aos envolvidos no montanhismo: qualquer necessidade, doações e vontade de participar dos projetos, podem me procurar :) http://fepampr.org.br/

Outro projeto pessoal que havia muito tempo eu estava na inércia para começar de verdade, e que está sendo totalmente complementar aos outros, é a prática da escalada. Eu já tive várias experiências indoor, realizando alguns treinos na modalidade boulder, e já tinha experimentado a escalada esportiva no Morro do Anhangava, mas nada sério. Esse ano, num acaso muito feliz, uma amiga da época do colégio voltou da Austrália escalando e com muita vontade de continuar aqui no Brasil, como eu era uma das únicas pessoas que ela conhecia que curtia, me chamou e agora estamos aí, treinando 2 a 3 vezes por semana a escalada esportiva indoor, e já começamos a conhecer alguns setores da região.
Sempre vi a escalada como uma vertente do montanhismo que eu precisava aprender. Todas as modalidades me despertam curiosidade e vontade de praticar, mas a escalada tradicional me chama muito a atenção, pois ela envolve também o trekking, tem como um dos preceitos básicos o mínimo impacto ao meio natural, e gera a maior imersão na montanha, que é o que eu realmente amo no montanhismo.

Via Peon no Anhangava, 2012.

No momento sou só uma iniciante que mal consegue vencer as vias de 5º grau, mas vamos avançando e estou totalmente eufórica com a prática. Além de ser um esporte de aventura ao ar livre, é um desafio consigo mesmo e todas as pessoas envolvidas tem sido especiais. Nos treinos indoor tenho encontrado pessoas que admiro e acompanho há muito tempo, velhos amigos que já havia perdido o contato, e também feito novas amizades e parcerias muito bacanas. No fim, tudo acaba se entrelaçando, as pessoas que conheço por causa da FEPAM aparecem no ginásio e vice versa, e o universo de montanha só se amplia.

Para finalizar, comentarei um pouco sobre meu projeto profissional, já que ele também significa MONTANHA. Este ano entrei no Programa de Mestrado da UFPR, em parceria com um professor do Chile, com um projeto sobre Formação e Desenvolvimento de parte do Segmento Cordilheirano Andino na Patagônia. Para quem entende um pouco mais, estudarei complexos ofiolíticos e metavulcanossedimentares, em uma região pouco abaixo das Torres del Paine. Além disso, participarei de um projeto sobre as lagoas microbiais da região de Torres del Paine.
Esse mestrado é a realização de mais um sonho, já que eu realmente desejo seguir carreira acadêmica e sempre tive em mente estudar a Cordilheira dos Andes, e bem aí estamos!
No segundo semestre de 2017 devo ir para a Patagônia coletar dados para o estudo e certamente terão muitas fotos por aqui.

Região do Cajón del Maipo, próximo a Santiago no Chile, 2016.
Como se já não bastasse, ainda apareceu mais um presente montanhoso para 2017. Esse mês fui sorteada via promoção do Instagram pelo blog Um Viajante http://www.umviajante.com.br/ para uma viagem para o Atacama e Salar do Uyuni, de 8 dias. Nem acreditei direito ainda, mas parece que é sério mesmo e em junho ou julio, mais fotos e aventuras pelas montanhas do norte do Chile!!

Ainda, em abril finalmente tem Itatiaia pra mim, pois consegui entrar em um grupo que está indo para o Agulhas Negras, e por aí vai...
Simplificando, reativei o blog porque, mais do que nunca, 2017 promete ser o ano do florescimento do montanhismo na minha vida. Em breve terão postagens mais interessantes com fotos bonitas e textos aventureiros.

Seguimos juntos amigos da montanha.



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