Agora é nas cavernas- Congresso de Espeleologia pt1
Dessa vez eu não fui pra cima, tentar tocar o céu, ao contrário, fui pra baixo, sob a superfície conhecer um novo mundo, o das cavernas.
Vou tentar não ser tão detalhista nesta postagem, afinal quero contar sobre o 31º Congresso Brasileiro de Espeleologia, e foi uma semana de congresso, com palestras, mini-cursos, mesas redondas e saídas de campo, além das festas, então teria muuita história a ser contada. Mesmo assim, não vou escrever tudo de uma vez, então essa é a primeira parte da postagem, uma segunda virá e talvez até uma 3ª. Aguardem.
Fiquei sabendo do congresso de espeleologia, que é o estudo de cavernas, por cartazes no bloco de geologia da UFPR, achei massa. Depois, o Victor, amigo que faz geografia veio contar que tinha feito a inscrição, me mostrou o site e falou como ia ser, aí sim fiquei super animada e decidi que sim, eu iria.
O congresso aconteceu em Ponta Grossa-PR, entre os dias 19 a 26 de julho, no campus Uvaranas da UEPG, organizado principalmente pelo GUPE (Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas) de Ponta Grossa, e posso dizer que foi realmente incrível. Estavam presentes lá geógrafos, biólogos e geólogos em peso, mas também havia pessoas de outras áreas como turismo e engenharia. Foram dias de convivência extremamente diversificada, com desde graduandos até doutores, gente de todos os cantos do Brasil e até do mundo, pois tinha espanhol, italiano e a até suíço, o que tornou a experiência muito interessante, principalmente para abrir a cabeça e deixar os preconceitos com qualquer curso de lado.
O mais interessante foi descobrir a paixão que algumas pessoas tem pelas cavernas, pois eu não conhecia isso, mas entendi perfeitamente o que eles sentem, pois tenho a mesma paixão pelas montanhas. Uma das palestrar que fui foi sobre Geopoética e a filosofia das cavernas, parece um tema nada a ver, mas tem tudo a ver. É o sentimento de libertação, admiração e satisfação ao visitar uma caverna, explorar algo novo, passar por momentos difíceis e emocionantes, e estudar algo super interessante e belo. E isso se torna um vício para essas pessoas, que vivem com a necessidade de estar explorando as cavernas e tem isso como até um sentido na vida.
Os dois primeiros dias do congresso, talvez tenham sido os melhores em termos de aventura, foi uma saída de campo de duração de 2 dias, com visita a caverna de Pinheiro Seco, no município de Castro- PR e outras cavernas da região, essas cavernas não são muito visitadas, e se não estou enganada alguma nem estavam corretamente mapeadas, o Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE), da Universidade de Ponta Grossa, é que tem explorado essas cavernas e guiou os congressistas nessa saída de campo, e em todas, afinal foram os principais organizadores do evento. Ainda não me perdoo por isso, mas perdi essa saída de campo, pois não poderia ir nas datas. Na caverna de Pinheiro Seco, repórteres da RPC acompanharam o grupo e o programa foi ao ar no programa Meu Paraná:
O dia em que cheguei assisti a um minicurso de Geomorfologia no Carste, com o professor Rubens Hardt. Simplificadamente "carste é a paisagem onde o substrato rochoso é constituído por rochas solúveis em água acidificada, apresenta uma topografia muito peculiar, originada pela lenta dissolução de tais rochas (milhares de anos), resultando na formação de dolinas, desaparecimento de drenagens, surgências, formação de cavernas e por uma complexa drenagem subterrânea." Definição de Gil F. Piekarz no livro "Geoturismo no Karst". Foi um ótimo minicurso e deu uma excelente noção do que afinal iríamos ver durante os vários dias do congresso.
Houve no congresso diversos minicursos como o de topografia de cavernas, noções de fotografia em cavernas, técnicas verticais em cavernas, introdução a biologia subterrânea entre vários outros.
Um dos que fui na saída de campo foi no de Topografia em cavernas, com campo realizado no Buraco do Padre, um dos principais pontos turísticos da região. o Buraco do Padre é uma furna no distrito de Itaiacoca a 26 km de Ponta Grossa, com uns 50 metros de altura e 30m de diâmetro, em seu interior cai uma cachoeira de uns 30 metros de altura vinda do rio Quebra Perna. O lugar é fantástico, entramos por baixo da furna e até tomamos um banho na cachoeira que cai realmente com muita força e o capacete foi muito necessário, também entramos em uma fenda muito estreita que lembrou até "127 horas" hahaha, e achamos até mini estalactites na rocha. Junto com o Buraco do Padre se localiza a Fenda da Freira, que é um deslocamento de rocha atrás da furna, mas lá não visitamos no minicurso, mas dizem ser também muito interessante. Indico o ponto a todos, com toda certeza, é lindo e de uma geologia muito interessante.
Foto na Caverna Olhos D´água. 22´´, f5,6, iso200.
Vou tentar não ser tão detalhista nesta postagem, afinal quero contar sobre o 31º Congresso Brasileiro de Espeleologia, e foi uma semana de congresso, com palestras, mini-cursos, mesas redondas e saídas de campo, além das festas, então teria muuita história a ser contada. Mesmo assim, não vou escrever tudo de uma vez, então essa é a primeira parte da postagem, uma segunda virá e talvez até uma 3ª. Aguardem.
Fiquei sabendo do congresso de espeleologia, que é o estudo de cavernas, por cartazes no bloco de geologia da UFPR, achei massa. Depois, o Victor, amigo que faz geografia veio contar que tinha feito a inscrição, me mostrou o site e falou como ia ser, aí sim fiquei super animada e decidi que sim, eu iria.
O congresso aconteceu em Ponta Grossa-PR, entre os dias 19 a 26 de julho, no campus Uvaranas da UEPG, organizado principalmente pelo GUPE (Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas) de Ponta Grossa, e posso dizer que foi realmente incrível. Estavam presentes lá geógrafos, biólogos e geólogos em peso, mas também havia pessoas de outras áreas como turismo e engenharia. Foram dias de convivência extremamente diversificada, com desde graduandos até doutores, gente de todos os cantos do Brasil e até do mundo, pois tinha espanhol, italiano e a até suíço, o que tornou a experiência muito interessante, principalmente para abrir a cabeça e deixar os preconceitos com qualquer curso de lado.
O mais interessante foi descobrir a paixão que algumas pessoas tem pelas cavernas, pois eu não conhecia isso, mas entendi perfeitamente o que eles sentem, pois tenho a mesma paixão pelas montanhas. Uma das palestrar que fui foi sobre Geopoética e a filosofia das cavernas, parece um tema nada a ver, mas tem tudo a ver. É o sentimento de libertação, admiração e satisfação ao visitar uma caverna, explorar algo novo, passar por momentos difíceis e emocionantes, e estudar algo super interessante e belo. E isso se torna um vício para essas pessoas, que vivem com a necessidade de estar explorando as cavernas e tem isso como até um sentido na vida.
Os dois primeiros dias do congresso, talvez tenham sido os melhores em termos de aventura, foi uma saída de campo de duração de 2 dias, com visita a caverna de Pinheiro Seco, no município de Castro- PR e outras cavernas da região, essas cavernas não são muito visitadas, e se não estou enganada alguma nem estavam corretamente mapeadas, o Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE), da Universidade de Ponta Grossa, é que tem explorado essas cavernas e guiou os congressistas nessa saída de campo, e em todas, afinal foram os principais organizadores do evento. Ainda não me perdoo por isso, mas perdi essa saída de campo, pois não poderia ir nas datas. Na caverna de Pinheiro Seco, repórteres da RPC acompanharam o grupo e o programa foi ao ar no programa Meu Paraná:
O dia em que cheguei assisti a um minicurso de Geomorfologia no Carste, com o professor Rubens Hardt. Simplificadamente "carste é a paisagem onde o substrato rochoso é constituído por rochas solúveis em água acidificada, apresenta uma topografia muito peculiar, originada pela lenta dissolução de tais rochas (milhares de anos), resultando na formação de dolinas, desaparecimento de drenagens, surgências, formação de cavernas e por uma complexa drenagem subterrânea." Definição de Gil F. Piekarz no livro "Geoturismo no Karst". Foi um ótimo minicurso e deu uma excelente noção do que afinal iríamos ver durante os vários dias do congresso.
Houve no congresso diversos minicursos como o de topografia de cavernas, noções de fotografia em cavernas, técnicas verticais em cavernas, introdução a biologia subterrânea entre vários outros.
Um dos que fui na saída de campo foi no de Topografia em cavernas, com campo realizado no Buraco do Padre, um dos principais pontos turísticos da região. o Buraco do Padre é uma furna no distrito de Itaiacoca a 26 km de Ponta Grossa, com uns 50 metros de altura e 30m de diâmetro, em seu interior cai uma cachoeira de uns 30 metros de altura vinda do rio Quebra Perna. O lugar é fantástico, entramos por baixo da furna e até tomamos um banho na cachoeira que cai realmente com muita força e o capacete foi muito necessário, também entramos em uma fenda muito estreita que lembrou até "127 horas" hahaha, e achamos até mini estalactites na rocha. Junto com o Buraco do Padre se localiza a Fenda da Freira, que é um deslocamento de rocha atrás da furna, mas lá não visitamos no minicurso, mas dizem ser também muito interessante. Indico o ponto a todos, com toda certeza, é lindo e de uma geologia muito interessante.
topografando a furna
Mini-espeleotemas encontrados na cavidade das rochas areníticas.
Outro minicurso do qual participei foi o de Noções de fotografia
em Cavernas e foi a atividade que mais gostei de ter participado no congresso,
pois juntou o ambiente peculiar de uma caverna linda, a fotografia, que tem
sido uma das coisas que mais tenho me interessado e praticado como hobbie. No
curso aprendemos sobre abertura do obturador que deve ser grande, as fotos
foram tiradas em f5,6, isos, o usado foi o 200 para não se perder resolução, e
não foi usado o flash interno da câmera, e sim 2 flashes auxiliares. É um tipo
de fotografia muito interessante, em que a velocidade deve ser usada em modo B
e as fotografias foram tiradas tendo em média 30seg até 1minuto, o obturador é
disparado e lança-se um flash no primeiro plano da foto, ainda com a fotografia
sendo tirada, tampa-se a lente para não capturar nenhuma luminosidade não desejada,
então se destampa e lança-se um segundo flash em outro plano da foto, e se
preciso repete esse processo mais algumas vezes até se iluminar todos os planos
que você quiser capturar.
Acima foto com 3 planos iluminados, note a profundidade e o fantasma do espeleologo que disparou os flashes ao se deslocar. 18mm, 34seg. de exposição, iso200 e F5,6.
Foto só com os dois 1ºs planos iluminados Foto só com o 3º plano iluminado
Quanto maior o tempo de exposição mais “laranjada”
ficará a foto, e em fotografias de caverna deve sempre ter alguém aparecendo
para servir de escala no local. É
preciso se ter paciência para tirar essas fotos, para tirar uma que
fique boa se perde um bom tempo, precisa pelo menos 2 pessoas para fazer as
fotos e o uso o tripé INDISPENSÁVEL, além de ser muito difícil focar essas fotos com o ambiente muito escuro, o que às vezes queima algumas fotos por se errar no foco. O campo foi na caverna Olhos D´água, que é
uma caverna calcária linda, com +- 500metros de desenvolvimento linear, com
grande galerias cheias de estalactites, estalagmites, colunas e outras
formações interessantes, ela tem 1,6 Milhões de anos e pertence ao Grupo Açungui, e pode se ter extração de mármore,calcário, talco, chumbo e ferro. Para explorá-la em alguns momentos tínhamos até que
passar rastejando por canais estreitos e se molhar mesmo, pois apresenta curso
hídrico em todo seu trajeto, tomando cuidado, claro, com o equipamento
fotográfico.
Acima 1ª foto tirada na caverna, 22seg de exposição, 18mm, iso 200, f5,6.
Abaixo mesmas regulagens, com 31 seg de exposição.
Para mim que só tinha visitado cavernas quando ainda era criança, foi uma experiência nova, achei um ambiente fantástico tanto pela beleza e a aventura quanto pela geologia, que é uma coisa incrível nas cavernas. E o uso de capacete é realmente indispensável, sem querer bati a cabeça várias vezes, e também é preciso a lanterna de cabeça e uma roupa pra ser sujada!
A caverna Olhos D´água fica no município de Castro, distrito de Abapã, a uns 48km de Ponta Grossa e é aberta para visitação diária e seu acesso é pela estrada PR 513. Foi o lugar que mais gostei de visitar e indico a todos também!
Termino por aqui essa 1ª parte, mas fiquem ligados nos próximos posts que tem ainda muitos lugares interessantes visitados no 31º Congresso Brasileiro de Espeleologia!
Impresionantes fotos, impresionante lugar.
ReplyDeleteUn saludo.
Ótimas fotos e post jóia! Abs!
ReplyDeleteParabéns pelo blog, está muito agradável... Além do texto muito bem redigido, as fotos são profissionais, muito boas mesmo... vou colocar link do seu blog no http://montanhoso.blogspot.com/
ReplyDeleteabç!!!
Obrigada a todos! Vou continua me esforçando para fazer algo interessante pra vocês!
ReplyDeletecontinuar*
ReplyDeletemuito bonitas as fotos, especialmente alquela do "fantasma",
ReplyDeleteabs,
Nilson Soares